11 anos atrás
Na noite anterior ao show que faríamos no Rio de Janeiro e em seguida em Vitória, eu me encontrei com um grande amigo que estava a trabalho em Curitiba pra tomarmos ”um” chopp. Durante horas conversamos sobre sua pequena filha, sua nova família, nosso estado de espírito, negócios, música, enfim, sobre a “vida” de agora…
Enquanto o ouvia, às vezes pensava sobre a minha e um sentimento de satisfação me confortava. É bom escolher um caminho e segui-lo. A verdade do amor sempre vence a dúvida do ego, sempre!
Percebi que de repente me senti mais animado, não só pelo chopp que agora já era o terceiro, ou quarto, mas por pensar na frase dele: Que tal partirmos? Preciso arrumar minhas coisas, pois, amanhã logo cedo tenho reunião…
Inevitavelmente conclui:
Que delícia, preciso arrumar minhas coisas também, meus pedais, cabos, algumas roupas, colocar meu baixo no case, pois amanhã tenho reunião logo cedo, vou encontrar meus parceiros. Vamos fazer dois lindos trabalhos, daqueles que tocam o coração de muita gente e transforma um “momento silêncio” num “momento paz e celebração”.
Entusiasmante!
Dormi por algumas horas até que ouvi a buzina do Vini.
Partimos pro aeroporto e depois de um café mega rápido e de um vôo tranqüilo, chegamos ao Rio de Janeiro.
Direto pro “Oztel”(nome do hostel que ficamos hospedados) que por sinal vale um “merchanzin”, ambiente gostoso e bem localizado, bem pertinho do Solar do Botafogo, local do show. Deixamos as coisas no quarto e descemos pra almoçar. A Uy foi encontrar com amigos e nós quatro fomos procurar um restaurante. Bebemos um chopinho gelado, comemos peixe, frutos do mar e até batata frita com açúcar, né Gaus?
Voltamos pro Oztel e já nos preparamos pra ir até o teatro passar o som.
Descarregamos, subimos umas escadinhas e lá estava o palco, receptivo, limpo e com a equipe toda preparada pro trabalho. A produção local ficou sob a responsabilidade da simpática Maria Fernanda Drumond, que fez um ótimo trabalho.
Tivemos tempo suficiente pra preparar tudo com calma. Contentes com a qualidade do som, descemos pro camarim e encontramos com o parceiro Marcos Xi e a queridíssima Nana, com quem tivemos a felicidade de dividir o palco pela segunda vez.
Recebemos também meu grande amigo Daniel Duarte que nos deu o maior help com o som e a “Mari” que viajou de Brasília pra ver o show e levar aquelas delícias de brownies, Mari, você comandou, a-do-ra-mos!
Tivemos um tempinho pra banho e relax no Hostel e quando voltamos pro Teatro a Nana já se preparava pra começar o show. A galera adorou o trabalho dela, foi curto, porém intenso!
Seus sintetizadores, teclados e afins fizeram por merecer. Ah, que belos cabelos ruivos, vermelhos… Parabéns Nana e equipe pelo trabalho!
Chegou nossa hora. Casa cheia e pessoas calorosas. Resumiria assim nosso show no Rio.
Fizemos um set prazeroso, com bons momentos de dinâmicas, outrora densos, pesado e porque não, lúdico? Foi lindo ver todos os fãs, amigos e curiosos cantando e se arriscando junto com a gente. Pediram bis e claro que atendemos! A festa terminou com o hino “Oração” com todos cantando, incluindo a participação especial da querida Nana e claro com o Gaus e seu tambor no meio da galera. Linda Noite! Ficamos por ali conversando com os novos fãs e a galera do “Bando”, ganhando docinhos da Ana Lúcia… Delícia! Foi super bom astral esse tal de Solar do Botafogo, rsrsrsr! Já temos convite pra retornar! Ebaaa! Lindeza! Vamos que vamos!
Saímos dali e fomos comer algo com os amigos. Pense numa mesa gigante e cheia de gente bonita, era a nossa…rsrsrsrs.
Cochilo e Taxiiiiii!!!
Carregamos tudo e as 4h30 da matina partimos rumo a Vitória!
Chegando à Ilha-Capital, fomos recepcionados pela querida e agilizada Lívia, que conseguiu um “Early Check-In” muito bem apreciado pela banda. Soninho curto e partimos direto pro local do show: uma casa no centro da cidade, aberta ao público e que além das apresentações músicais, oferecia Exposições Fotográficas, Artes Plásticas, Gastronomia, Moda, Cinema, seminários “Musica Livre”, entre várias outras atividades.
Quem nos apresentou ao pessoal da Casa Lab Infinitas foi um dos produtores/curadores do evento, Fabrício Noronha.
Entramos na casa na “Hora do almoço”. Pára tudo! Que rango foi aquele? Bia, muitíssimo obrigado pela deliciosa “Berinjela com ricota, tomate seco ao molho de azeite junto às especiarias e delicias” que você preparou. Lindeza!
No segundo andar ficava o palco! Pense num quarto com sacada. Pois então, foi nesse espaço que tocamos. Foi um dos lugares mais incríveis que já toquei.
Passamos o som relativamente alto ao mesmo tempo peculiar, a Uy deu entrevistas e ficamos por ali, ajeitando detalhes e conversando com a galera da casa, apreciando a feira Toc-Toc com diversas roupas e assessórios de expositores locais. Vale mandar um abraço especial ao Gil, que nos deu atenção durante todo o tempo na Casa. \0/, valeu man! Voltamos pro Hotel, ficamos mais um tempo ali e fomos andando pro show, já que o mesmo ficava a três quadras. Não conseguimos chegar a tempo de assistir ao show da banda Merci, mas chegamos no comecinho do show da banda “Vitrola de 3”, que numa mistura de batuques + grooves + solos de guitarras + poesias e um trompete, jogou a galera pra cima, arrancando palmas. Foi um show enérgico.
Logo em seguida éramos nós. “Friozim” na barriga, rua lotada, galera em peso debaixo da varanda, alguns curiosos…
Demos um abraço coletivo ouvindo Uy sorrindo dizer uma palavra forte antes de subir no palco, ou melhor, no quarto, ou na varanda, enfim…
“Divirtam-se”.
Eis que anunciaram: “Com vocês, A Banda Mais Bonita da Cidade”
O público esperava com empolgação, entramos. O Vini e o Gaus permanecerem na sala sem terem muita ideia da agitação da galera, pois estavam tocando com fones de ouvido. Clima, volume subindo, psicodélia, até que a Uy entrou cantando os primeiros versos de “Potinhos” e o povo começou a aplaudir, foi lindo de ouvir e ver aquilo…
Em seguida tocamos “Que isso fique entre nós” e o repertório foi sugerindo momentos de descontração e dança. Vários fãs cantavam com a gente, inclusive a Danny França (aproveito pra mandar um “Salve” pro “Bando”) que saiu de Curitiba pra nos acompanhar no Rio de Janeiro e em Vitória, acreditem! O próximo show que ela for assistir será o qüinquagésimo! Eu, Marano, ainda tenho que trabalhar bastante pra chegar perto desta senhorita… rsrsrs! J
Durante alguns momentos eu saia da varanda e entrava na sala pra curtir com o Gaus e o Vini que estavam se divertindo pracas, sorridentes e seguros, do jeito que um bom show deve ser! Depois de tocar as canções mais conhecidas, foi a vez de apresentar as músicas mais densas, do segundo disco. Todos prestaram atenção e retribuíram essa energia aplaudindo. Tocamos “Reza” e confesso que foi lindo cantar junto com a Uy pra aquela galera receptiva lá em baixo. O meu tom de voz barítono deve ter chegado legal, a galera curtiu e eu mais ainda. Cada momento foi especial, não só por ser tudo ainda novo pra mim, mas por ter sido daquele jeito e naquele lugar especial!
Logo em seguida convidamos os dois que não podiam ver o público a chegar até a varanda! A galera os recebeu com carinho! Agora imaginem o Gaus na varanda ensinando pra aquela rua toda a coreografia mega contemporânea de “Boa Pessoa”. Imaginaram? Pois então, rolou e claro que o Vini registrou tudo! Todos cantando “láraiá, láraiá láraiá” com as mãos pro alto. Ponto alto do show. Foi D+!
Em seguida também ensinamos o coro de “O Mais Feliz da Vida”, coro esse correspondido pela galera. Pra fechar tocamos “Oração”. Na metade da música o Gaus desceu na rua junto ao povo pra terminar em grande estilo. Tivemos a participação especial de alguns músicos da “Vitrola de 3” e é claro que eu estava lá no meio, pulando, coisa que adoro fazer…
Lindo show! Um dos melhores shows que já toquei, tanto pela energia quanto pela mansidão da banda e dos envolvidos na produção.
Após o show, que foi transmitido pela Casa Lab ao vivo via internet, participamos de uma entrevista também ao vivo diretamente do estúdio da casa. A Danny compareceu!
Depois, fomos tomar/comer algo com a galera da produção e outros amigos. Logo em seguida fomos assistir a um show tributo a Led Zeppelin. Segura a energia desse povo meu sinhô! Rsrsrsrs!
Pra mim essa noite ficou gravada na memória como: Amigável, Espirituosa, Receptiva e Quente. Um show “Pop Cancioneiro”, Forte, Intenso e Jovial.
Pra fechar com “Chave de Ouro” durante um tempinho livre (escala) que tínhamos em Congonhas, fomos no Diners e tivemos a honra de encontrar e bater um “baita papo” com os simpáticos Kleiton e Kledir, que além de tudo disseram ser fãs da banda! Massa Né? Dessa conversa quem sabe aconteça um show juntos em Curitiba pra 2014, será?
Viva Vitória! Viva Rio de Janeiro! Viva a Casa Lab com varanda! Viva o Solar do Botafogo! Viva aquela comida saborosíssima e todas as pessoas envolvidas!
Vida Longa meu povo!
Evoé!
Com carinho.