10 anos atrás
Mais uma lista, mas não menos importante.
O site Jardim da MPB disponibilizou essa lista com as 100 melhores músicas de 2013, e estamos lá, com a nossa O Mais Feliz da Vida!
Tem diversos conhecidos lá (a Nana, Felipe Grilo, Gustavo PraFrente, Iria Braga, Clarice Falcão, Apanhador Só, Nevilton, Carol Conká, Móveis, Ana Larousse, Leo Fressato…) e ainda tem duas produções que tive a honra de participar! A Soledad da Simonami (que fiz a produção musical/mixagem/masterização), e também a Inimaginável do Bernardo Bravo (que gravei o piano). Muita honra e orgulho dessas pessoas… =)
Se não me engano, o Jardim da MPB começou um pouco depois da gente ter soltado o vídeo de Oração. Longe de me dizer responsável por isso, mas acredito que aquele vídeo mudou um pouco a história da música independente por aqui. Não quero dizer que somos a salvação ou qualquer coisa (abominável) do gênero, mas sim, acho que tudo o que aconteceu naquela época com a gente significou que há algum caminho a ser trilhado ainda. Dá pra “ser visível” fora da mídia, fora do eixo Rio-São Paulo, fora de grandes gravadoras, sem grandes investimentos e sem grandes aparatos técnicos.
Lembro de ter trocado algumas mensagens com o Di Pietro naquela época, e ele ter me dito que queria fazer algo a respeito da música independente, que tinha muita coisa boa sendo feita e isso precisava ter mais janela… Ta aí: agora ele tem um trabalho concreto, importante e sério sobre a música independente brasileira. Ele está fazendo a parte dele, com maestria.
Aliás, essa conversa que tivemos do início (?) do Jardim da MPB, me lembrou de um conto do Eduardo Galeano:
“Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
– Me ajuda a olhar!”
O nome desse conto é “A função da Arte”.