10 anos atrás
Esse texto foi escrito pela minha irmã Marcele Aires, a respeito do show que fizemos em Apucarana em fevereiro.
Espero que curtam!
Marano.
Qual o público esperado num show de banda jovem? “PoiZé”: a resposta mais comum seria: “Galerinha cool, que curte skate e tatuagem, usa calça jeans surrada e tem piercing no nariz”.
Seria… Mas, para minha surpresa, no último dia 21 de fevereiro o público que encontrei no show d’ A Banda Mais Bonita da Cidade em Apucarana foi distinto: além dos jovens que lotaram as primeiras cadeiras, encontrei “personagens” inesperados ao meu lado, na fileira do meio. Na extremidade esquerda um bebê de catorze dias, a Beatriz, que permaneceu o show todo dormindo, em paz.
Na extremidade direita um casal idoso – o senhor exibindo uma bonita cabeleira branca, que impunha respeito e doçura a sua idade, acompanhado da esposa, uma senhora bastante elegante. No meio deles estávamos eu, minha mãe, meu tio, minha tia de oitenta e um anos, e meu bebê, Iara, de nove meses.
O improvável público me chamou a atenção não apenas porque éramos “peças estranhas” esperadas num show cujos membros são nascidos na geração 80, mas sobretudo me fez questionar: “Que movem pessoas tão diferentes a saírem de casa e enfrentarem fila para curtir um show?”.
Acredito que a resposta esteja na própria proposta da banda: muito além do repertório, da musicalidade, da harmonia, da melodia, do “curto a número 3 do CD novo”, a banda chama os “diferentes” porque somos bem-recebidos por ela. É aquela sensação de: “Pode entrar, minha filha! A casa está aberta, sente-se que logo trago a limonada”.
Sentir-se bem num teatro, ao lado dos extremos mais curiosos num show musical – o recém-nascido e o idoso – é luxo de poucos.
A doce voz da Uyara acalmou Iaiá. Minha lindinha não deu “um pio”, “nenhuma choramingada”. Comportou-se como uma lady em seu primeiro show de rock pós-parto. (Pré-parto confesso que ela assistiu ao Eddie, no Carnaval de 2013 em Olinda, quando ainda estava no meu “buchinho”). Iara e Bia, duas “ladies”, só pra contrariar a letra de “Mercadoramama”: “Eu e você e o bebê a chorar… Buá buá buá buá buá sem parar”.
De qualquer modo, fiquei feliz com o que presenciei. Por isso fiz questão de escrever essa mensagem à Banda Mais Bonita da Cidade. Acredito que pessoas do bem atraem pessoas do bem. Continuem “voando numa boa”, como diz a letra “A Gaivota”, do Gil. Paz, prosperidade e vida longa à Banda Mais Bonita da Cidade. E ao seu público, de duas semanas de vida aos oitenta.
Beijos,
Marcele Aires
P.S.: Quando a banda cantou “Boa Pessoa”, Iaiá pensou que o final era pra ela: “Laraiá, laraiá, laraiá”. Hahaha!!! Até pulou na cadeira, ouriçada!!!