Dia 29 de março tocamos no Sesc Paço da Liberdade, num show intimista bem diferente do que costumamos fazer. =)
Os ingressos acabaram em algumas horas, foram somente 60 pessoas (muito ágeis) que estiveram lá conosco, e compartilharam essa experiência com a gente… foi muito emocionante pra gente e espero que tenha sido para essas pessoas também!
Sempre quis tocar naquela sala do Paço, já vi muitos shows lá, é um lugar muito bonito. Fiquei sabendo que essa sala era onde os vereadores se reuniam antigamente, um século atrás, para discutir os problemas e soluções da cidade (profundo, né?).
Quando o show foi marcado, começamos a pensar em como tornar esse show muito especial… aproveitando o que sabíamos que teríamos de estrutura, já foi se desenhando um show mais acústico, intimista, com músicas diferentes do que costumamos fazer.
Durante as últimas semanas de preparação do show (as mais intensas, sempre), eu estava muito focado em outro show (em Maringá, que aconteceria no dia seguinte) e daí esse show foi mais pensado pela Uyara, em como o show começaria, em como ele acabaria… e foi muito lindo! Fui me envolvendo mais na última semana, pra ajudar a decidir questões técnicas, já que o lugar era muito peculiar e tínhamos a oportunidade de criar algo diferente.
Fizemos uma visita técnica e com a pronta atenção dos funcionários do Paço, conseguimos pensar um ambiente diferente: montamos o palco no meio do público, deixando ele todo em volta de nós, como se nos abraçasse, já que temos essa idéia de que o público é parte da banda, ele está tão junto de nós como nós mesmos, na hora do show! Também aproveitei a oportunidade de tocar no piano que tem nessa sala, o que também poderia ajudar a esse clima mais intimista do show.
Eu estava bem nervoso antes do show, eram arranjos e músicas muito diferentes do que estávamos acostumados… Mas felizmente, logo no primeiro acorde que toquei, percebi que seria um show lindo. Gosto quando bate essa sensação de que estamos todos “conectados” – tanto os músicos da banda quanto o público. É uma sensação de que “a partir de agora até daqui 70 minutos, não há nada que possa nos atrapalhar. Estamos juntos”. Acho que é um sentimento que ainda não foi catalogado.
(Quando sinto isso, lembro sempre da cena do peixe no capô do carro, do filme Eu, você e todos nós: “não importa o que aconteça daqui pra frente, só importa que todos sabemos que estamos juntos”)
Foi delicioso tocar cercado pelo público, é uma sensação de fragilidade imensa e deliciosa (“Aceite seus sentimentos: esteja presente”). Tocar um piano de verdade é muito prazeroso e também expõe toda a minha (nossa) fragilidade como músico… Esse desafio é sempre bom.
A semana desse show foi muito intensa, porque como disse, tínhamos dois shows a preparar, e bem diferentes entre si: O do Paço, com um repertório mais íntimo, uma ordem de músicas completamente diferente da que costumamos fazer… e o outro em Maringá, na rua, um show aberto, com naipe de metais e participação do Rodrigo Lemos (nosso antigo guitarrista)! Acabou que fomos ensaiar todos os dias, intercalando um dia Paço, um dia Maringá. Acho que isso foi útil pra gente criar e entender duas idéias na cabeça – dois pensamentos diferentes do que é a banda mais bonita da cidade.